As políticas globais de governança e regulamentação da privacidade na internet. Horiz. antropol. [online]. 2014, vol.20, n.41, pp. 141-172 . Available from: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-71832014000100006&lng=en&nrm=iso>. ISSN 0104-7183. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-71832014000100006.
Esta dissertação se debruça sobre a formulação da agenda, o processo de tramitação, de aprovação, e de constituição de uma rede de apoio ao Marco Civil da Internet (MCI), sob a perspectiva da literatura de políticas públicas e ativismo. O MCI foi proposto em 2009, pelo Executivo, a partir de uma consulta pública realizada via Internet. Em 2013 o projeto foi colocado em regime de votação urgente no Congresso Nacional como resposta política às denúncias de espionagem eletrônica por parte dos EUA, sendo finalmente aprovado no início de 2014. A lei foi considerada pioneira por estabelecer direitos e responsabilidades entre os diversos entes que compõem o ecossistema da rede. Para analisar a formulação da agenda é utilizado o conceito de “janela de oportunidades” de Kingdon (2013), que designa o momento em que há a convergência de fluxos independentes da política pública. Para analisar o ativismo e a mobilização dos atores em torno das políticas de Internet é utilizado o conceito de insurgent experts, proposto por Shaw (2011). Para a realização do trabalho foram entrevistados 37 atores-chave ao longo de 2013 e 2014. A conclusão é que houve a constituição de uma policy community que mobilizou Estado e estabeleceu laços de cooperação entre atores individuais e coletivos em torno de ideais sobre as políticas relacionadas a neutralidade da rede, a defesa da liberdade de expressão e a proteção da privacidade na Internet.
Palavras-chave: políticas públicas; agenda, ativismo; estudo de redes; Internet
No segundo semestre de 2015, o programa de pós-graduação em Antropologia da UFRGS oferece o seminário “Propriedade Intelectual e Movimento Sociais”, abordando o ativismo transnacional e Internet. Como recurso didático, serão utilizados diversos documentários recentes que abordam temas vigilância digital, direito autoral, software livre e governança da Internet.
O seminário se realizará em Outubro, em oito aulas sequenciais, em sessões noturnas, no Campus do Vale da UFRGS.
Dia das aulas: 8, 9, 13, 14, 15, 16, 21 e 22 de outubro. Das 18h às 22h.
O seminário é oferecido para estudantes de graduação e pós-graduação. A participação é aberta para outros pessoas mediante pedidos por email. A metodologia do curso irá privilegiar a discussão textos selecionados e o conteúdo dos documentários.
Para se matricular basta entrar em contato com o PPGAS se for aluno de pós-graduação da UFRGS ou enviar um email para ofachelleal@gmail.com
Veja abaixo o cronograma e conteúdo da disciplina:
Súmula
Este seminário visa discutir propriedade intelectual (PI) perspectiva de uma economia politica global da informação e do conhecimento. A relação entre o atual ordenamento jurídico de da propriedade Intelectual está intrinsecamente ligada a processos de resistência, protestos e criação de modos de vida alternativos ao processo hegemônico da mercantilização do conhecimento e cultura no contexto de políticas e ativismo global. PI é um termo genérico que indica o direito que a pessoa tem sobre suas próprias ideias, incluindo a capacidade de ordenar e comunicar estas, transformando-as em criação ou produção intelectual. Isto engloba a produção literária, musical, filmográfica, patentes, softwares, indicações geográficas, sementes e uma infinidade de bens culturais regulados por legislações supra-nacionais. Os movimentos alternativos e de contraposição aos “cercamentos de PI” se constituem em redes de ativismo e organização da sociedade civil, compartilhando símbolos, estratégias, repertórios e formas de produção de conhecimento que desafiam centralmente as legislações instituídas pelas agências multilaterais (OMC e OMPI). A proposta desta disciplina é estudar o contexto e o alcance das legislações de PI e o desdobramento de novíssimos movimentos sociais, organizados globalmente e que se utilizam da rede mundial de computadores como forma fundamental de organização e produção.
Dia e Horário das aulas
Dias 8, 9, 13, 14, 15, 16, 21 e 22 de outubro.
Das 18h às 22h.
Metodologia
Apresentação de um documentário por aula seguido por discussão do filme com base textos indicados para cada aula.
Avaliação
Produção de verbetes sobre conceitos centrais de cada aula, indicados no programa. Os verbetes serão distribuídos aos alunos na primeira aula.
Programa da Disciplina
8 de Outubro
Seminário I – Introdução
Apresentação da disciplina e programa.
Introdução à questão de Propriedade Intelectual e de uma antropologia da propriedade intelectual.
9 de Outubro
Seminário II: O que é Propriedade Intelectual?
Filme/documentário: The Corporation
Seminário III (13/10/2015): Uma contestação ao regime de copyright: Copyleft e Creative Commons
Filme/documentário Creative Commons: Good Copy, Bad Copy
O programa de pós-graduação em antropologia oferece no segundo semestre de 2015 no formato de “tópico especial”, aberto para alunos da graduação e pós-graduação, com discussão de documentários e textos acadêmicos sobre propriedade e movimentos sociais transnacionais em relação a internet. Confira o programa da disciplina, datas e documentários abordados.
A Fifa registrou no Instituto Nacional de Propriedade Industrial, o INPI, a marca “Pagode” como de uso exclusivo até o fim de 2014. O assunto causou polêmica nas redes sociais.
O INPI confirmou que a palavra virou uso exclusivo da Fifa em função da Lei Geral da Copa, válida até 31 de dezembro deste ano. O registro realizado no instituto trata de Pagode como a fonte de impressão e fonte tipográfica, mas a legislação referente ao Mundial permitiu à entidade estender essa aplicação à marca. Isso é chamado de “registro de alto renome”.
Dessa maneira, até o fim de 2014, a Fifa tem a prerrogativa jurídica para vetar o uso da marca Pagode para qualquer um. Mas vale uma ressalva. Solicitar possíveis punições pelo uso indevido da marca pagode, neste caso, é uma competência da própria Fifa.
Ou seja, os processos referentes ao uso indevido vai depender do interesse da entidade quando os objetivos comerciais forem convenientes.
A China conquistou o primeiro lugar em pedidos de patentes, seguida por Estados Unidos, Japão e Europa. O trabalho foi feito em parceria com o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O mais curioso é que o relatório aponta que os maiores pedidos de patentes no Brasil são oriundos de empresas estatais e universidades, o que demonstraria uma carência do setor privado em inovação. Entretanto, a China, topo da lista, é reconhecida como maior financiador público da indústria e inovação. Ou seja, em termos de PI, o INPI continua com seus argumentos que não se sustentam até o segundo parágrafo.
Os cientistas brasileiros publicaram 46,7 mil artigos científicos em periódicos no ano passado, número que coloca o Brasil em 14º lugar como produtor mundial de pesquisas. Segundo o relatório feito pela empresa Thomson Reuters, isso equivale a 2,2% de tudo o que foi publicado no mundo, em 2012. Nos últimos 20 anos, o país subiu dez posições nesse ranking.
No Brasil, o ramo científico que mais produziu artigos foi a medicina clínica. No período de 2008 a 2012, foram produzidos quase 35 mil artigos. Em segundo lugar, ficou a ciência de plantas e animais, com 19,5 mil artigos no mesmo período. Ciências agrárias produziram 13,5 mil artigos entre 2008 e 2012. O maior crescimento foi visto nas ciências sociais e gerais, que saltaram de 1,5 mil entre 2003 e 2007 para 9,8 mil entre 2008 e 2012. Os maiores detentores de patentes no país, revelou a pesquisa, foram a Petrobras e as universidades públicas. De 2003 a 2012, a Petrobras registrou 450 patentes. Logo atrás, veio a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), com 395 patentes. Em terceiro, ficou a Universidade de São Paulo (USP), com 284 patentes. A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) vem logo em seguida, com 163 patentes.
Como consequência do aumento na produção científica, o pedido de patentes no país chegou a 170 mil no período de 2003 a 2012. Segundo o presidente do Inpi, Jorge Ávila, o órgão continua lidando com o forte crescimento do número de pedidos de patentes, que foi 33,5 mil em 2012, com projeção de alcançar 40 mil este ano.