Anonymous é um coletivo associado em grande parte ao “hacktivismo”, que remete à atitude de escrever códigos fontes ou manipulação de bits, com o propósito de promover determinada ideologia política, bem como liberdade de expressão, direitos humanos e informações éticas. O coletivo surgiu em 2003 no fórum 4chan na seção denominada /b/, um fórum aberto conhecido por autos níveis de sanguinolência, sexismo e trollagens, tornando-se um espaço propício para o anonimato. Desta forma o movimento beneficiou a formação do Anonymous, que transitou de hackers “brincalhões” para atores ativistas diretamente ligados ao papel do ativismo político e ético na sociedade da qual estavam inseridos. Um dos principais mecanismos utilizado pelo coletivo é o DoS Attack (DDoS) que tem como propósito, a tentativa de tornar os recursos de um sistema, indisponível para seus utilizadores, ou seja, tornar indisponíveis servidores de web. No decorrer dos anos atos pontuais levaram os usuários do 4chan a serem conhecidos como ativistas anônimos. Em 2008, os membros se envolveram em um grande ato ativista com uma série de ações (DDoS, trotes telefônicos, mensagens e vídeos) contra a Igreja da Cientologia que após a liberação de um vídeo particular nas redes, iniciou um processo de cesura na internet contra o Youtube. Neste período deu-se inicio as passeatas, que ocorreram em várias cidades do mundo e a partir deste momento os ativistas anônimos se fizeram conhecer devido às primeiras manifestações públicas que reuniram milhares de membros do coletivo. Os mesmos mantinham os rostos cobertos por mascaras inspiradas no personagem V de V de Vingança que foi por sua vez influenciado por Guy Fawkes. Outros importantes atos ocorreram, como no ano de 2009 onde foi executada uma grande manifestação contra as eleições presidenciais no Irã, seguido da operação Vingue Assange que fundamentou mais o grupo no cenário do ativismo político, com ataques dirigidos a grandes organizações, incluindo bancos que recusavam prestar serviço ao site WikiLeaks após publicação de telegramas secretos do serviço diplomático dos estados Unidos, tal manifestação portanto, gerou uma aliança entre Anonymous e WikiLeaks. Em 2011 a ação conhecida como Primavera Árabe com operações na Tunísia e no Egito, onde as websites dos governos foram alvo do movimento Anonymus Em 2012 foi executada a operação Megauploud e o Protesto anti-SOPA. Bem como ataques ativistas conhecidos como a Revolução Polonesa e o ativismo anti-ACTA na Europa.
Referências:
ANTONIO, Bruno Luiz Cardoso Tavares. NÓS SOMOS ANONYMOUS: As relações comunicacionais entre o coletivo Anonymous e a mídia.
ANONYMOUS. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2015. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Anonymous&oldid=43697405>. Acesso em: 21 out. 2015.
ATAQUE DE NEGAÇÃO DE SERVIÇO. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2015. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Ataque_de_nega%C3%A7%C3%A3o_de_servi%C3%A7o&oldid=42484832>. Acesso em: 21 out. 2015.
COLEMAN, Gabriella. Hacker, hoaxer, whistleblower, spy: The many faces of anonymous. Verso Books, 2014.SAVAZONI, Rodrigo; DA SILVEIRA, Sérgio Amadeu; MACHADO, Murilo. AS MÚLTIPLAS FACES DOS ANONYMOUS: ATIVISMO POLÍTICO NAS REDES DIGITAIS.
DA SILVEIRA, Sergio Amadeu. A DISSEMINAÇÃO DOS COLETIVOS CYPHERPUNKS E SUAS PRÁTICAS DISCURSIVAS.
HACKTIVISMO. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, 2015. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Hacktivismo&oldid=43434974>. Acesso em: 21 out. 2015..
TORINELLI, Michele Caroline. A máscara e a multidão: enquadramentos dos Anonymous nas manifestações de junho de 2013 no Brasil. 2015.
Autor:
Isabel Cristina Gouvêa de Borba – Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Católica de Pelotas (2009) e mestrado em Fisiologia Vegetal na área de concentração em Fisiologia de Sementes pela Universidade Federal de Pelotas (2013). Atualmente doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Botânica em Taxonomia de Asteraceae pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul com enfase em Etnobiologia e Etnoecologia de Trichocline Cass., (Mutisieae-Mutisioideae-Asteraceae) sob orientação de Mara Rejane Ritter. Têm experiência nas áreas de Taxonomia de Asteracea, Etnobiologia, Etnoecologia, Ecologia Humana e Etnobotânica aplicada.