Welcome to Cyberia: notes on the anthropology of cyberculture
Current Anthropology, 35, 3, 1994
O paper revisa os tipos de análise cultural que estão sendo conduzidas hoje sobre a natureza social, o impacto e o uso de novas tecnologias;
Proposta: uma antropologia da cibercultura
Ciência e tecnologia: arenas cruciais para a criação de cultura hoje.
Modernidade? Segundo Foucault, o período moderno trouxe arranjos particulares para vida, trabalho e linguagem – multiplicidade de práticas pelas quais a sociedade é produzida, regulada e articulada por discursos científicos.
De que modo a cibercultura continua a agir nestes domínios?
Modernidade: discursos científicos, tecno-ciência; racionalidade técnica como modo de conhecer e ser.
Portanto, para Escobar o background de práticas e discursos é a Modernidade, apesar das mudanças ocorridas.
Tecno-socialidade: computadores e redes (Stone)
Bio-socialidade: biotecnologia (Rabinow)
Dois regimes que formam a base do que ele chama de cibercultura. (ambiente tecno-bio-cultural).
Novas tecnologias
Questões programáticas para a pesquisa antropológica:
Que discursos estão sendo gerados por/em torno de computadores e biotecnologias? Que domínios eles criam? Que construções de realidades (techno-scapes)? Novas formas de pensar e ser?
Como estas práticas podem ser estudadas etnograficamente? Que conceitos antropológicos?
Qual o background para entender como as tecnologias emergem? O que ocorre com as perspectivas não-ocidentais quando elas entram em contato com estas novas tecnologias?
Qual é a economia política da cibercultura? Como se reestruturam as relações entre 1º e 3º mundo? Como a automação, as máquinas inteligentes e a biotecnologia transformam os processos de trabalho, a criação de valor?
Temas de discussão e pesquisas em curso
Diferenças no nível tecnológico entre 1º e 3º mundo;
Etnografias do fazer científico (conhecimento e poder)
Cyborgs (AAA) – discussão sobre o corpo e ciberespaço
“Borrando” as fronteiras do natural-cultural
Observação de Escobar (p. 217) O capital vai continuar a jogar um papel crucial na reinvenção da vida e da sociedade. […] mas não por meio do processo de extração de mais-valia do trabalho ou da industrialização convencional como da capitalização da natureza e da sociedade através da pesquisa científica e do desenvolvimento, particularmente em áreas como a inteligência artificial e a biotecnologia.
Outras pesquisas (etnografias):
Os antropólogos deveriam focar em cientistas em lugares como laboratórios, corporações alta-tecnologia e centros de design de realidade virtual, e nos usuários (Latour).
Subjetividades, tecnologias do self
As comunidades em rede de comput. (qual o sentido de comunidade ‘local’?)
Culturas populares e ciência e tecnologia (imaginários e práticas populares)
Tecnologias no cotidiano
Comunicação humana mediada por computadores (linguagem e identidade)
Economias informacionais (modo de produção – modo de informação, Poster)
Sociedade de controle, “cyberocracy”.
Propriedade intelectual – variedades de plantas e conhecimentos tradicionais no 3º mundo.
Nova dependência – computadores, biotecnologias e informação
Antropologia e a complexidade
?
[crítica de M. Strathern: se nós formos localizar a complexidade não nos efeitos (como o mundo aparece) mas nos instrumentos que produzem os efeitos (a percepção humana), então os antropólogos comentariam que não há vida social que não seja complexa].
Antropologia sem primitivos
Se é para “reentrar no mundo real” e “trabalhar no presente” (Fox), a antropologia vai ter que lidar com o constante avanço da cibercultura. Ela permite a antropologia se renovar […].
Ao final, Escobar pergunta: o que acontecerá com a vida no fim do séc. XX? O que vem pela frente?